
MOVART e Camões Inauguram ´Não Há Cura´ em Luanda
Exposição | “Artistas Angolanas e Portuguesas forjam um espaço de desconstrução livre”
“Artistas Angolanas e Portuguesas forjam um espaço de desconstrução livre: cinco obras em diálogo com Keyezua, que se retirou das vestes de curadora para que cada visitante se reencontre nas diferentes expressões e faça releituras, sem interferências.
A conversa e a desconstrução são os pontos de partida desta mostra que questiona a imposição dos espaços, das directrizes curatoriais e das convenções sociais. Um diálogo, por ora, sem fim à vista, que se propõe redescobrir e resignificar o eu, o corpo e a mulher, procurando relançar e repensar radicalmente o papel da arte.
A fotógrafa Alice Marcelinoapresenta “MOTHER Untitled”, um projeto multimédia que usa fotografias e têxteis inspirados na sua experiência com a maternidade, esse que tende a ser um percurso avulto de altos e baixos, transversal a muitas mulheres, inundado de incertezas, medos e adaptação. Aqui a artista observa atentamente as representações tradicionais da Mãe, encontradas na cultura popular, questionando mitos e tabus que circundam a maternidade.
Num exercício de repensar novas formas de apreensão do quotidiano e de objetos que fazem parte do seu imaginário, Carlota Bóia Netoapresenta-nos “Couldn’t Afford a Robot”. Uma obra que nos leva a debruçar sobre a materialização em desenho do movimento do vento, onde há também uma outra dimensão, que subverte a seriedade expetável com que nos relacionamos com os objetos.
Já Daniela Vieitas(fotografada em anexo), atriz profissional, brinda-nos com a apresentação de teatro de objetos “Na Porta ao Lado”, que convida o espetador a mergulhar numa dimensão onde é possível estar a felicidade que se esperava encontrar no outro lado da porta. Uma experiência que nos transporta para uma posição “em frente ao espelho” e nos leva a questionar sobre o que realmente fazemos no mundo. Durante a o período da exposição, a Artista está a apresentar uma performance interativa, de segunda a quinta – feira, entre as 16:30 e as 17:00 (3 a 5 pessoas por sessão), mediante marcação até 24 ou 6 horas antes.
Em ´Catumbela das Conchas´, uma vídeo instalação para assistir na sala multiusos do Camões CCP, Indira Grandê (fotografada em anexo) leva-nos à experiência de viajar num comboio onde o destino é uma incógnita, um sopro no sufoco da imensidão do nada. “Qual é o Teu Destino?” Convidamos a descobri-lo.
Será que ao movermos partes do corpo em que se inscrevem categorias outrora impostas, estas podem ganhar diferentes significados ou ocupar lugares socialmente distintos? Pamina Sebastião(fotografada em anexo) assim surge com um novo trabalho de instalações que representam categorias inscritas na construção de um corpo como elemento decisivo das relações de poder.
As obras expostas acabam por tornar-se metodologias que ajudam a desenvolver uma compreensão abrangente da arte como sistema simbólico, usadas para mobilizar significados, valores e emoções num contexto social.
Ao ressurgir desta crise pandémica e das dificuldades que afetam, sobretudo as mulheres, as cinco artistas despertam um olhar crítico, mas urgente sobre a sociedade pós-pandemia (em construção), aspirando estabelecer uma nova ordem e recuperar um estado natural, humano, capaz de reconstruir as relações e um senso de coletivo equitativo.” Visitem esta exposição coletiva no feminino!
Marcação para: ccp-luanda@camoes.mne.pt ou 938 141 868
Dominick A Maia Tanner


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